Partilhar,
segundo o dicionário, significa compartilhar, dividir em várias partes, possuir com
outros, participar e ter em comum. Ora, se compartilhar é algo difícil até para os adultos, imagine só
para quem ainda está formando a
personalidade, ter que “dividir” algo
que gosta, sem no
entanto compreender a real importância desse ato.
As crianças não nascem com o instinto de partilha e aprender a dividir faz
parte do processo normal
de desenvolvimento infantil, mas isso
implica empatia, respeito ao próximo, habilidade de se colocar no lugar do
outro e o desejo de viver em harmonia, portanto, uma aprendizagem difícil para as crianças.
Toda a
criança tem um forte desejo de posse pelas suas coisas e também pelas dos
outros. Se vai passear com o seu filho ao parque e ele brinca com as outras
crianças, é natural que briguem pela posse do objeto da brincadeira, como uma bola,
por exemplo.
E mesmo que essa bola seja da outra criança, é possível que o seu filho chore e grite pela sua posse, dizendo “É minha! É minha!”, como se, na realidade, a bola lhe pertencesse.
E mesmo que essa bola seja da outra criança, é possível que o seu filho chore e grite pela sua posse, dizendo “É minha! É minha!”, como se, na realidade, a bola lhe pertencesse.
Por outro
lado, um outro menino, da mesma idade, pode estar lutando pela posse do
carrinho que é do seu filho, com igual veemência. Entre irmãos as brigas podem
ser mais violentas quando a diferença de idades não permite que o mais velho
entenda ainda o comportamento do mais novo.
Lágrimas, gritos e, às vezes, até pequenas agressões entre eles não conseguem resolver a disputa. O egocentrismo é natural nesta idade, pois as crianças têm de fortalecer o seu sentido de “eu”, e isso passa por um exagerado sentimento possessivo.
Ainda não
aprenderam o sentido de “emprestar” e desprenderem-se das
suas coisas significa perdê-las para sempre
— Todas as coisas de que gostam, querem-nas só para si.
►Estratégias
dos pais:
A capacidade dos pais de gerir este tipo de conflitos é importante em toda a
sua socialização. Do tato dos pais, dependerá que a criança aprenda a partilhar
e negociar e possa estabelecer um intercâmbio saudável com os seus iguais.
O percurso
não é fácil e as crianças não aprendem rapidamente mas, se os pais, com muita
paciência, as forem ensinando e mostrando o seu desagrado quando a criança
tenta retirar um brinquedo de um companheiro ou a elogiarem quando permite que
outra criança brinque com os seus brinquedos, atingirão mais depressa os seus
objetivos.
► Estratégias
mais efetivas:
♥ A Permuta
Ensinar ao seu
filho que pode ter vantagens com este tipo de relação vai ajudá-lo a entender
melhor as relações sociais. Experimente, por exemplo, ir com ele ao parque e
levar apenas o seu carrinho preferido.♥ A Permuta
Quando
chegarem ao parque, ele vai certamente querer brincar com a bola que uma das
crianças deixou abandonada na relva. No entanto, quando o seu filho quiser
brincar com ela, o outro reclamará de imediato a sua posse.
Assim,
ensine-lhe que, se emprestar o seu lindo camião vermelho à outra criança enquanto
ele brinca com a bola, os dois ficarão satisfeitos.
♥ O Acordo
O parque
infantil é propício a situações de conflito. Suponha que o seu filho e outra
criança querem andar ao mesmo tempo no balanço. Como deve proceder? Fale com
ambos e proponha um acordo.
— João, você
anda 5 minutos e depois é a vez do Pedro andar 5 minutos. Depois, você de novo
e a seguir o Pedro.
♥ O Civismo
Quando duas
crianças brigam pelo mesmo brinquedo, pelo mesmo lápis ou até pelo mesmo bolo,
a educação geralmente consegue resolver muitos problemas. Diga ao seu filho: Se
você pedir por favor, o menino vai
emprestar o brinquedo, nem que seja por pouquinho tempo ou os meninos bonitos não brigam por um
lápis, pede por favor o lápis e certamente o menino vai emprestá-lo.
♥ O elogio
Demonstre-lhe como fica feliz sempre que tiver um comportamento amável ou generoso para com qualquer outra criança. Expresse-lhe claramente a sua aprovação e você perceberá como ele se sente orgulhoso. Com este tipo de atitudes vai ajudá-lo a criar alicerces para se mover na sociedade.
♥ Os primeiros
amiguinhos
É também
nesta idade que, ao estabelecerem os primeiros contatos, conseguem fazer os
primeiros amigos. Emprestar o seu carrinho preferido ou deixar dar uma
“lambida” no picolé são alguns das primeiras cedências na sua evolução.
O fato é de que ensinar as crianças a importância de dividir não é uma tarefa simples, entretanto
ao incentivá-las a descobrir o significado de compartilhar, os pais estarão
ensinando-os a respeitar o próximo e a viver em harmonia com as demais
crianças, ensinamentos estes que serão levados para toda a vida.
Ensine sua Criança a
Partilhar!
Fonte: Crescer.Sapo.pt/criança e mdemulher.abril.com.br
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