Chutando uma bola ou fazendo um amigo, criança quer escola, criança quer abrigo.
Na hora do cansaço ou na hora da preguiça, criança quer abraço, criança quer justiça.
Em qualquer lugar criança quer o quê? criança quer sonhar, criança quer viver.
Agente quer, agente quer, agente quer ser feliz, CRIANÇA É VIDA.
— Toquinho, cantor e compositor

BIRRAS — ASSUSTADORAS PARA QUEM AS VIVE OU OBSERVA

As birras, em geral,  são naturais, inevitáveis e fazem parte do  desenvolvimento de qualquer criança.  Longe de serem um sinal de infelicidade é uma forma da criança crescer e adquirir uma visão mais madura acerca do funcionamento do mundo.
 
São expressadas  através de  um comportamento que reflete uma luta interior "quero ou não quero? Devo ou não devo?". Na realidade, as birras tal como os acessos de humor do adolescente são sinais da luta para definir uma identidade.

Geralmente, manifesta-se através de uma descarga explosiva de tensão, manifestada por rubor facial, aumento do ritmo respiratório e cardíaco associado a uma forte agitação corporal. Frequentemente gritam a plenos pulmões e algumas experimentam a sensação de morder, dar beliscões, arranhar, atirar objetos no chão, podem deitar-se no chão, entre outros comportamentos.

A partir do segundo ano de vida a criança adquire várias capacidades e aptidões, começa a dar os primeiros passos, começa também a falar e tem a insaciável necessidade de conhecer e explorar o mundo que a rodeia, experimentando assim, em paralelo, uma grande ambivalência interna e surgem naturalmente as primeiras birras.

Nesta idade, a palavra "não" torna-se uma das favoritas e a teimosia é uma das características mais comuns e próprias da faixa etária entre os 18 meses e os 3 anos.

Desde muito cendo os bebês sentem a necessidade de explorar os limites de tolerância de todas as pessoas que cuidam dela. Rapidamente aprendem a agir e a aproximarem-se dos pais ou das mães com maneiras diferentes e é quando a criança, pela primeira vez, começa a não obedecer e percebe que se fizer uma birra suficientemente forte os pais acabam cedendo e, portanto podem agir livremente. 

Por outro lado, nessa idade, a tendência para reagir em vez de falar, é a forma utilizada para comunicar o seu mal-estar através do comportamento,  tornando-se  um desafio para os pais decifrar suas mensagens.

As birras podem se tornar assustadoras tanto para quem as vive como também para quem as observa e, muitos pais, sentem-se tão assustados e envergonhados com tal atitude que acabam por ceder aos desejos e caprichos de seus pequenos. 

Podem até chegar a ameaçar com um castigo, mas raramente o cumprem, uma vez que a sua incapacidade de manter os limites é tão grande que não conseguem se manterem firmes.

Uma criança que cresce sem regras, dificilmente sentir-se-á bem enquadrada na sociedade, nem sera um adulto equilibrado e feliz.  As regras podem, e devem, ser explicadas às crianças desde muito cedo, para que lhes seja mais fácil cumpri-las.

Abaixo relacionamos algumas dicas para lidar com a birra das crianças e esperamos que com uma boa dose de paciência e amor, você consiga estar “vacinada” na próxima experiência. 

 Por pior que seja o “espetáculo”, NUNCA, JAMAIS, em tempo algum bata no seu filho.

 Antes de sair, previna-se de possíveis contratempos. Se vai ao supermercado, fale que a criança tem direito a escolher dois doces, por exemplo.

 Não ceda às manipulações. Mostrar que birras não dá resultado é um jeito de desestimulá-la a repetir a cena.

 Se precisar dar uma bronca na criança, espere ela terminar de espernear e explique por que está sendo punida. É importante que ela entenda o que fez de errado e, para isso, precisa estar tranquila para conseguir ouvir o que você tem a dizer.

 Não brigue com seu filho na frente de todo mundo; isso o fará se sentir humilhado.

 Desvie o foco da criança. Mostre um objeto diferente, o cachorrinho passando na rua, o avião lá no céu... Use a criatividade!

 Algumas vezes, por trás da birra existe uma criança com fome, sono ou carente. Se for esse o caso, responda pacientemente e faça um carinho. Às vezes, é só disso que ela precisa.

 Simplesmente ignorar a birra também pode dar bons resultados. Respire fundo e conte cordeirinhos, estrelas e etc.

 Se não tiver como conter o show no meio da loja, simplesmente pegue seu filho no colo e vá embora. Sem escândalos. Ele vai perceber que não adiantou nada e você evita o constrangimento.

Planejar uma rotina para a criança pode ajudá-la a se sentir  mais segura, tornando-a, portanto,  mais acessível ao diálogo e ao entendimento das regras estabelecidas.  

Se nós adultos, muitas vezes reagimos às mudanças com medo do desconhecido, é fácil entender por que as crianças são resistentes a situações novas, das quais não sabem o que esperar e como tal desencadeiam instabilidade, insegurança e fazem com que “os pequeninos” fiquem em estado de alerta.

A sensação de segurança de uma criança, baseia-se no amor e na autoridade demonstradas pelos pais. Quando elas percebem a falta de firmeza e consistência por parte dos pais, sentem-se inseguros e, essa insegurança, muitas vezes, é revelada através das birras, pois para elas existe apenas uma forma certa de fazer as coisas, portanto,  não conseguem administrar “Hoje, não… mas amanhã, quem sabe… depois de amanhã, sim! 

Coerência, firmeza e consistência na explicação das regras e dos limites impostos  tornam-se necessários e,  quanto mais cedo forem  explicados, mais fácil será o entendimento e o cumprimento por parte dos pequeninos.

Birra de Criança, o Terror dos Adultos! 
Pesquisa: Revista Crescer  e  Family Magazine
Blog Criança é Vida