As
birras, em geral, são naturais, inevitáveis
e fazem parte do desenvolvimento de
qualquer criança. Longe de serem um
sinal de infelicidade é uma forma da criança crescer e adquirir uma visão mais madura
acerca do funcionamento do mundo.
São
expressadas através de um comportamento que reflete uma luta
interior "quero ou não quero? Devo ou não devo?". Na realidade, as
birras tal como os acessos de humor do adolescente são sinais da luta para
definir uma identidade.
Geralmente,
manifesta-se através de uma descarga explosiva de tensão, manifestada por rubor
facial, aumento do ritmo respiratório e cardíaco associado a uma forte agitação
corporal. Frequentemente gritam a plenos pulmões e algumas experimentam a
sensação de morder, dar beliscões, arranhar, atirar objetos no chão, podem
deitar-se no chão, entre outros comportamentos.
A partir do segundo ano de vida a criança adquire várias capacidades e aptidões, começa a dar os primeiros passos, começa também a falar e tem a insaciável necessidade de conhecer e explorar o mundo que a rodeia, experimentando assim, em paralelo, uma grande ambivalência interna e surgem naturalmente as primeiras birras.
Nesta
idade, a palavra "não" torna-se uma das favoritas e a teimosia é uma
das características mais comuns e próprias da faixa etária entre os 18 meses e
os 3 anos.
Desde
muito cendo os bebês sentem a necessidade de explorar os limites de tolerância
de todas as pessoas que cuidam dela. Rapidamente aprendem a agir e a aproximarem-se
dos pais ou das mães com maneiras diferentes e é quando a criança, pela
primeira vez, começa a não obedecer e percebe que se fizer uma birra
suficientemente forte os pais acabam cedendo e, portanto podem agir
livremente.
Por
outro lado, nessa idade, a tendência para reagir em vez de falar, é a forma utilizada
para comunicar o seu mal-estar através do comportamento, tornando-se
um desafio para os pais decifrar suas mensagens.
As
birras podem se tornar assustadoras tanto para quem as vive como também para
quem as observa e, muitos pais, sentem-se tão assustados e envergonhados com
tal atitude que acabam por ceder aos desejos e caprichos de seus pequenos.
Podem
até chegar a ameaçar com um castigo, mas raramente o cumprem, uma vez que a sua
incapacidade de manter os limites é tão grande que não conseguem se manterem firmes.
Uma
criança que cresce sem regras, dificilmente sentir-se-á bem enquadrada na
sociedade, nem sera um adulto equilibrado e feliz. As regras podem, e devem, ser explicadas às
crianças desde muito cedo, para que lhes seja mais fácil cumpri-las.
Abaixo
relacionamos algumas dicas para lidar com a birra das crianças e esperamos que
com uma boa dose de paciência e amor, você consiga estar “vacinada” na próxima
experiência.
• Por pior que seja o “espetáculo”, NUNCA,
JAMAIS, em tempo algum bata no seu filho.
• Antes de sair, previna-se de possíveis
contratempos. Se vai ao supermercado, fale que a criança tem direito a escolher
dois doces, por exemplo.
• Não ceda às manipulações. Mostrar que birras
não dá resultado é um jeito de desestimulá-la a repetir a cena.
• Se precisar dar uma bronca na criança, espere
ela terminar de espernear e explique por que está sendo punida. É importante
que ela entenda o que fez de errado e, para isso, precisa estar tranquila para
conseguir ouvir o que você tem a dizer.
• Não brigue com seu filho na frente de todo
mundo; isso o fará se sentir humilhado.
• Desvie o foco da criança. Mostre um objeto
diferente, o cachorrinho passando na rua, o avião lá no céu... Use a
criatividade!
• Algumas vezes, por trás da birra existe uma
criança com fome, sono ou carente. Se for esse o caso, responda pacientemente e
faça um carinho. Às vezes, é só disso que ela precisa.
• Simplesmente ignorar a birra também pode dar
bons resultados. Respire fundo e conte cordeirinhos, estrelas e etc.
• Se não tiver como conter o show no meio da
loja, simplesmente pegue seu filho no colo e vá embora. Sem escândalos. Ele vai
perceber que não adiantou nada e você evita o constrangimento.
Planejar
uma rotina para a criança pode ajudá-la a se sentir mais segura, tornando-a, portanto, mais acessível ao diálogo e ao entendimento
das regras estabelecidas.
Se
nós adultos, muitas vezes reagimos às mudanças com medo do desconhecido, é
fácil entender por que as crianças são resistentes a situações novas, das quais
não sabem o que esperar e como tal desencadeiam instabilidade, insegurança e fazem
com que “os pequeninos” fiquem em estado de alerta.
A sensação
de segurança de uma criança, baseia-se no amor e na autoridade demonstradas
pelos pais. Quando elas percebem a falta de firmeza e consistência por parte
dos pais, sentem-se inseguros e, essa insegurança, muitas vezes, é revelada
através das birras, pois para elas existe apenas uma forma certa de fazer as
coisas, portanto, não conseguem
administrar “Hoje, não… mas amanhã, quem sabe… depois de amanhã, sim!
Coerência,
firmeza e consistência na explicação das regras e dos limites impostos tornam-se necessários e, quanto mais cedo forem explicados, mais fácil será o entendimento e
o cumprimento por parte dos pequeninos.
Birra de
Criança, o Terror dos Adultos!
Pesquisa: Revista Crescer e Family
Magazine
Blog Criança é Vida